Manual Tratamento de Piscina
GUIA TRATAMENTO QUÍMICO
O tratamento da água de piscinas se constitui de três partes básicas e essenciais:
1 – FILTRAÇÃO
2 – CONTROLE DO pH
3 – CLORAÇÃO
Essas fases são interdependentes e, desde que mantidas sob rigoroso controle, garantem água tão pura, cristalina e segura quanto a que bebemos.
Quando esse controle não for possível, ou viável, a manutenção da qualidade da água deverá incluir um quarto item:
4 – TRATAMENTOS AUXILIARES
Seguindo os procedimentos simples descritos neste manual, e utilizando corretamente os produtos recomendados, certamente você obterá os resultados desejados, garantindo a satisfação e alegria de todos que utilizam sua piscina.
1 – FILTRAÇÃO
Consiste na passagem da água pelo filtro para remoção das impurezas físicas visíveis, suspensas na água.
O objetivo é conseguir água visivelmente limpa. Para isso o trabalho do filtro deve ser complementado pela limpeza manual das sujeiras depositadas nas superfícies internas da piscina, como folhas, insetos e outras sujeiras, com a utilização dos acessórios adequados descritos abaixo:
FILTRO:
O elemento filtrante mais utilizado, contido no filtro, é a areia de granulação específica que retém a sujeira em suspensão para que a água retorne limpa à piscina. Controlado pôr uma válvula seletora, realiza as seguintes funções:
FILTRAÇÃO: Registros do ralo de fundo e Skimmers abertos e a alavanca da válvula seletora na posição FILTRAR.
RECIRCULAÇÃO: Registros de ralo de fundo e Skimmers abertos e a alavanca da válvula seletora na posição RECIRCULAR. Nesta posição a água vai ao filtro e retorna à piscina sem filtrar. USA-se para misturar produtos químicos à água da piscina com maior rapidez. Esta mistura pode ser feita também na posição FILTRAR, embora seja retardada em 20% do tempo.
DRENAGEM: Registro do ralo de fundo aberto, os demais fechados e a alavanca da válvula seletora na posição DRENAR (para diminuir o nível da água da piscina). Usa-se também para aspirar (ver aspiração).
RETROLAVAGEM: Registros do ralo de fundo e skimmers abertos, alavanca da válvula seletora na posição LAVAR. Esta posição é usada para lavar o filtro. Esta operação deve ser feita quando o manômetro apresentar elevação da pressão e ainda se notar que diminuiu o fluxo de água nos retornos de água filtrada. A água que lava o filtro sai para o esgoto passando pelo visor de retrolavagem (copinho plástico transparente). O filtro só estará limpo quando se observar a passagem de água limpa pelo visor. Caso o filtro não fique perfeitamente limpo, ao se colocar a posição FILTRAR a sujeira voltará à piscina.
PRÉ-FILTRAGEM: Registros do ralo de fundo e skimmers abertos, alavanca na posição PRÉ-FILTRAR. Esta operação se faz somente depois de lavar o filtro. A água também vai para o esgoto e é preciso também observar o visor. A operação só estará concluída quando a água passar limpa pelo visor.
ASPIRAÇÃO: Registro do aspirador aberto, registros do ralo de fundo e skimmers fechados com a alavanca da válvula seletora na posição FILTRAR (quando o fundo da piscina não tiver muita sujeira) ou DRENAR (quando estiver muito sujo ou foi usado sulfato de alumínio). Passando o aspirador na posição DRENAR a água irá para o esgoto, conseqüentemente o nível da água irá baixar. Caso a bomba pare de sugar quando conectar a mangueira do aspirador no dispositivo é porque entrou ar na bomba: aguarde alguns minutos até que a bomba volte a sugar. Se o aspirador perder a sucção, o filtro está sujo (lavar) ou o pré-filtro está entupido pela sujeira.
BOMBA:
Acoplada ao filtro, sua função é movimentar a água pelo sistema de recirculação da piscina. O tempo de filtração geralmente é indicado pelo fabricante, de acordo com seu modelo e o volume de água a filtrar.
PRÉ-FILTRO:
A bomba e os skimmers dispõem de cesto pré-filtro para reter sujeiras maiores e evitar que elas atinjam a bomba.
Limpe-os ao menos uma vez por semana. A sujeira acumulada nesses cestos diminui a eficiência de sucção da bomba.
SKIMMERS:
Instalados ao nível da água, sua função é captar sujeiras que flutuam na superfície.
ASPIRADOR:
Conectado a tomada de aspiração através de mangueira flexível, o aspirador remove a sujeira depositada sobre o fundo da piscina.
VOLUME DE ÁGUA DA PISCINA
Para determinar a dosagem correta dos produtos químicos a serem utilizados durante o tratamento você precisa saber o volume de água a tratar. Veja como Calculá-lo.
PISCINAS RETANGULARES:
Comprimento x largura x profundidade média = volume total em M3
PISCINAS REDONDAS:
Diâmetro x diâmetro x profundidade média x 0,785 = volume total em M3
PISCINAS OVAIS:
Diâmetro maior x diâmetro menor x profundidade média x 0,785 = volume total em M3
2 – CONTROLE DO pH
pH refere-se a uma escala graduada de 0 a 14 que nos indica se a água está ÁCIDA (pH inferior a 7), NEUTRA (pH igual a 7) ou ALCALINO (pH superior a 7).
O pH da água de piscinas deve sempre ser mantido na faixa de 7,2 a 7,6 – isto é, levemente alcalino -, para garantir eficácia da cloração, conforto para os banhistas e proteção dos equipamentos metálicos contra corrosão.
Utilize com freqüência o estojo de testes para análise do pH, e tome as medidas corretivas sempre que o pH estiver fora da faixa ideal.
Quando o pH estiver abaixo de 7,2 deve ser corrigido pela adição de BARRILHA LEVE.
Dosagem recomendada de barrilha leve (para obter pH 7,5) para cada M3 (1.000 litros) de água:
pH ATUAL 6,8 7,0 7,2 7,4 7,5 QTDE. DE BARRILHA 18 g. 12 g. 6 g. 5 g. 0 g.
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Quando o pH estiver acima de 7,6 deve ser corrigido pela adição de ÁCIDO MURIÁTICO.
Dosagem recomendada de ácido muriático (para obter pH 7,5) para cada M3 (1.000 litros) de água:
pH ATUAl 7,5 7,8 a 8,0 8,0 a 8,4 8,4 ou maior ÁCIDO QTDE. DE 0 ml. 3 ml. 5 ml. 7,5 ml.
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Obs.:
1 – As dosagens recomendadas são aproximadas. Não utilize mais do que 1 Kg. ou 1 litro de corretivo de pH para cada 50 M3 de água de uma só vez. Analise o pH no dia seguinte ao da correção e, se necessário, repita o tratamento até atingir o pH ideal.
2 – Nunca permita banhistas na piscina durante a adição de qualquer produto químico, nem nos 30 minutos seguintes (nos tratamentos de manutenção e desde que seguida a instrução do item 3 abaixo).
3 – Com a bomba em funcionamento adicione a dosagem recomendada diretamente à água da piscina, com cuidado, evitando respingos e mantenha a bomba ligada pelo menos até duas horas após a aplicação.
3 – CLORAÇÃO
A cloração da água tem de cumprir três finalidades básicas:
- a) desinfetar eliminando os microorganismos presentes;
- b) oxidar eliminando contaminações presentes, através da queima dos restos dos organismos mortos e outros materiais orgânicos que servem de alimentos para novos microorganismos, assim como outras substâncias que podem originar cor, odor, limo, etc., e ou consumir o próprio cloro. Com a oxidação, essas substâncias são transformadas em gases, que são expelidos para a atmosfera, ou em cinzas e compostos insolúveis, que decantam para o fundo da piscina ou são retidos pelo filtro;
- c) manter residual desinfetante ou seja, deixar na água uma quantidade de desinfetante que impeça a recontaminação.
O cloro é o único produto que – sozinho – consegue realizar todas essas funções, de forma prática e econômica. Por isso ele é mundialmente utilizado, há mais de cem anos, para tratar a água que bebemos.
Em todo início ou reinicio de tratamento é necessário fazer uma cloração de choque da água para eliminar os contaminantes presentes – inclusive infestações de algas – e em seguida manter um residual de cloro livre como desinfetante. A manutenção desse residual – após a cloração de choque – é a única forma de prevenir contaminações futuras, às quais a piscina está exposta o tempo todo.
A certos intervalos, que podem ser de uma semana em piscinas muito utilizadas, especialmente em regiões muito quentes, é aconselhável proceder-se a supercloração para eliminar certas contaminações, especialmente suor, urina, oleosidades naturais da pele, etc. que podem combinar-se com o residual de cloro livre, formando cloro combinado ou cloraminas (são as cloraminas as verdadeiras responsáveis pelo cheiro irritante de cloro e não o cloro livre como muitos pensam). Portanto, cheiro forte de cloro sinaliza excesso de “cloro combinado” e requer supercloração para restabelecer o cloro livre (residual de até 20 ppm de cloro livre não cheira).
A tabela abaixo indica as quantidades de cloro granulado para sua piscina:
VOLUME CLORAÇÃO SUPERCLORAÇÃO CLORAÇÃO DE DA DE MANUTENÇÃO PISCINA CHOQUE VERÃO INVERNO DIÁRIA SEMANAL MENTE MENTE LITROS GRAMAS GRAMAS GRAMAS GRAMAS 20.000 400 200 40 80 30.000 600 300 60 120 40.000 800 400 80 160 50.000 1000 500 100 200 60.000 1200 600 120 240 70.000 1400 700 140 280 80.000 1600 800 160 320 90.000 1800 900 180 360 100.000 2000 1000 200 400 |
OBS.
1 – Espalhe os grânulos de cloro diretamente sobre a superfície da água “de preferência à noite”, especialmente se a piscina não tiver estabilizada.
2 – Mantenha a bomba em funcionamento durante e por pelo menos mais uma hora após a aplicação.
3 – Na manhã seguinte, analise o residual de cloro para certificar-se de que está entre 1 e 1,5 ppm. Se estiver abaixo de 1 ppm, ajuste a dosagem de cloro na aplicação seguinte.
4 – Aplique a supercloração quando a água, mesmo com aparência limpa, apresentar cheiro irritante de cloro (cloro combinado) e a cloração de choque quando a água apresentar aparência suja, ou sinais visíveis da presença de algas.
5 – Só permita o uso da piscina quando o residual de cloro livre se situar abaixo de 3 ppm.
6 – Nunca aplique simultaneamente cloro e algicida (de choque ou manutenção). Observe intervalo de 12 horas entre uma aplicação e outra.
7 – Mantenha o pH entre 7,2 e 7,6 para garantir a eficácia do cloro.
4 – TRATAMENTOS AUXILIARES
Quando os 3 itens anteriores não forem – ou não puderem ser – mantidos sob controle surgirão situações em que tratamentos auxiliares serão necessários. No caso de essas situações ocorrerem com freqüência, será aconselhável adotar o tratamento auxiliar adequado como rotineiro – para prevenir essas situações – e acrescentá-lo aos itens já anteriormente mencionados. Os tratamentos auxiliares são descritos a seguir.
- A) CLARIFICAÇÃO DA ÁGUA
Durante a filtração partículas muito finas de sujeira poderão passar pelo filtro e retornar à piscina causando turbidez ou embaçamento da água.
Para solucionar esse problema inclua no tratamento o uso regular de um Clarificante e Auxiliar de Filtração.
O Clarificante aglomera as partículas microscópicas em suspensão, as quais, tornando-se maiores, passam a ser facilmente retidas pelo filtro. O resultado é água sempre cristalina.
- B) CONTROLE DAS ALGAS
Para evitar o desenvolvimento de algas em águas de piscinas é necessário que seja mantido o tempo todo um residual de cloro livre entre 1 e 1,5 ppm após a cloração de choque ou a supercloração. Se isso não for possível, será aconselhável o uso de algicida específico.
Em piscinas infestadas de algas você tem 3 opções para eliminá-las:
1) cloração de choque
2) algicida de manutenção, ou
3) algicida de choque.
Depois de mortas e decantadas, remova-as através da aspiração e inicie o tratamento de manutenção com o algicida de manutenção. (Ou mantenha o residual de cloro entre 1 e 1,5 ppm 24 horas por dia).
DOSAGENS RECOMENDADAS DOS ALGICIDAS PARA CADA M3 (1.000 LITROS) DE ÁGUA
ALGICIDA DE CHOQUE ALGICIDA DE MANUTENÇÃO PISCINAS INFESTADAS VERÃO INVERNO POR ALGAS (SEMANAL) (SEMANAL)
5 ML. 5 ML. 5 ML. |
Obs.:
1 – Nunca aplique simultaneamente algicida (de choque ou manutenção) e cloro. Observe intervalo de 12 horas entre uma aplicação e outra.
2 – Mantenha o pH estritamente na faixa de 7,2 a 7,6.
3 – Não utilize doses excessivas de Algicida.
4 – Siga sempre as instruções das embalagens.